A colaboração Lageana no desenvolvimento catarinense

A colaboração Lageana no desenvolvimento catarinense

O desenvolvimento de Santa Catarina foi fortemente influenciado pela contribuição de Lages. O político Celso Ramos, natural da cidade, posicionou o município como elemento central nas decisões políticas estaduais. Durante seu mandato, adotou uma abordagem moderna e estratégica, apoiada por uma equipe qualificada.

 

 

Lages, fundada em 1766 e elevada à condição de vila em 1771, servia inicialmente como região de passagem e pouso de tropeiros, passando aos poucos a promover também a criação de gado. Com isso, surgiram as vastas fazendas de criação de gado, existentes até os dias de hoje.

A Indústria Madeireira já representava, no início do século XX, uma rendável atividade econômica, com diversas inter-relações com outros setores da economia. Essa atividade requer uma sucessão de operações, que começa com a extração, depois o transporte, beneficiamento e armazenamento.

O Brasil, pela sua enorme reserva florestal, foi e ainda é, um grande produtor e exportador de madeira, cujo produto é utilizado de diversas formas, tais como móveis, tábuas para construção civil, celulose para a fabricação do papel, entre outros derivados da madeira.

A Segunda Grande Guerra Mundial fez com que as reservas de madeira começassem a se esgotar no Vale do Itajaí.  Em decorrência disso e da existência de uma significativa reserva de Pinheiros Araucária nos campos de Lages, abriu-se uma oportunidade para que Lages se destacasse no cenário econômico Estadual.

Historicamente sabe-se que  a pecuária no  planalto serrano  é resultante do tropeirismo, que se estendia desde o Rio Grande Sul até as feiras da cidade de  Sorocaba, Estado de São Paulo.

Aos poucos os fazendeiros serranos, por  possuiram em suas terras  uma   boa reserva de pinheiros, diminuiram a  lida com o rabanho bovino  para concentrar  suas atividades na promissora exploração de madeira,  cujo processo de produção foi oportunamente viabilizado pelo vinda dos gaúchos riograndenses a Lages,  que traziam equipamento e conhecimento, iniciando assim a formação do pólo madeireiro dos Campos de Lages, com a instalação de muitas  serrarias.

Desse modo, donos de serrarias e proprietários de terras formaram uma lucrativa parceria na produção e comercialização de madeira, primeiro com destino a reconstrução da Europa pós segunda guerra mundial,  segundo,  para a  construção de Brasilia.

Com o aquecimento da economia serrana a partir do decênio de 1940,  devido  a produção de madeira em larga escala,  Lages por um bom tempo  foi a primeira em arrecadação tributária de Santa Catarina, contribuindo sobremaneira com os cofres do Estado para a execução do Plano de Metas de Governo PLAMEG 1 (1961 a 1965), liderado pelo Governador Celso Ramos, e elaborado pelos professores Glauco Olinger (Lageano) e Alcides de Abreu (Tijucano).

Por fim, registra-se  nesse singelo artigo a nossa homenagem a Celso Ramos, um ilustre e visionário cidadão da terra do Bandeirante Antônio Corrêa Pinto de Macedo, que criou e colocou em prática um bem  sucedido  modelo de desenvolvimento econômico, que provido em grande parte com os recursos tributários oriundos  da região serrana, deram as condições  necessárias para que Santa Catarina seja hoje, um estado diferenciado entre os demais da federação.

  

Walmor Tadeu Schweitzer

Professor Universitario

 

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