Uma revolução que reforma nossa conexão com o mundo físico

Uma revolução que reforma nossa conexão com o mundo físico

Yuval Noah Harari, historiador israelense e escritor de “Sapiens:    Uma breve história da humanidade”, relata que o cultivo  do trigo desempenhou um papel fundamental na evolução da civilização humana.
Há quem caracterize a evolução do desenvolvimento tecnológico humano em quatro Eras Industriais: 1ª Era: mecanização, máquinas a vapor e tecelagem; 2ª Era: produção em massa, linha de montagem e energia elétrica; 3ª Era: automação, computador e eletrônicos; e 4ª Era: sistemas cibernéticos, internet das coisas, redes e inteligência artificial.

 

No que diz respeito ao último elemento da 4ª Era (IA), que é o tema central deste artigo, percebemos uma movimentação intensa que tem favorecido a rápida disseminação de informações em todo o mundo. Uma parcela considerável das inovações que surgiram na trajetória da humanidade até recentemente está, de forma gradual, sendo substituída pelas inovações da Era Tecnológica. Essa era é fruto de um intenso e diversificado desenvolvimento intelectual, que já produziu e continuará criando bens e serviços de qualidade e de valiosa utilidade.

A primeira vez em que a palavra ïnteligência artificial” foi usada, foi durante uma conferência de Dartmouth, realizada em 1956. O professor de Stanford John Maccarthy, um dos organizadores da conferência, usou o termo, pela primeira vez para descrever o objetivo de criar máquinas que pudessem exibir inteligência semelhante à humana.

Desde então, a expressão “inteligência artificial” tem sido amplamente utilizada para descrever o campo de pesquisa e desenvolvimento de sistemas e tecnologias que possuem características cognitivas e podem realizar tarefas que normalmente requerem a inteligência humana.

Por conseguinte, a pergunta que se impõe é: como a inteligência artificial alcança suas respostas? As ferramentas de IA formulam respostas com base em conjuntos de dados que vão além da capacidade de processamento do cérebro humano em um único instante. A solução está nas associações estatísticas de palavras contidas na base de dados do modelo de IA. Essas palavras são organizadas para proporcionar coesão sob uma perspectiva estatística.

A proposta da IA é desenvolver máquinas que raciocinem, aprendam e ajam de forma similar ao ser humano, realizando tarefas antes exclusivas a ele. Para isso, é essencial combinar diversas disciplinas, como estatística, análise de dados, engenharia, linguística, neurociência, filosofia e psicologia.

A Inteligência Artificial deve ser vista como uma ferramenta que complementa as habilidades humanas, ao invés de competir com elas. Recentemente, essa tecnologia tem demonstrado ser uma força transformadora, mudando rapidamente a dinâmica de diversas atividades tanto no setor público quanto no privado.

Com o avanço dessa forma de inteligência, sua relevância na gestão de empresas tem aumentado significativamente. As organizações que adotam e otimizam o uso dessa inovação se posicionam de maneira mais favorável num mundo globalizado e  cada vez mais competitivo.

Atualmente, muitas empresas estão utilizando a inteligência artificial para reduzir custos, aumentar receitas e melhorar a produtividade. Desde a automação de tarefas rotineiras até análises de dados mais avançadas, a IA se tornou um poderoso impulsionador de eficiência, inovação e competitividade em várias áreas de gestão.

Essa tecnologia possui a habilidade de gerar insights significativos que ajudam na tomada de decisões. Ela pode melhorar processos, minimizar erros, automatizar tarefas repetitivas, facilitar a análise de grandes volumes de dados e identificar padrões que aumentam a precisão das escolhas. Assim, os líderes empresariais podem direcionar sua atenção para iniciativas mais estratégicas.

Em 2021, um levantamento realizado pelo Boston Consulting Group em colaboração com o MIT Sloan Management Review, intitulado “Benefícios Culturais da Inteligência Artificial nas Empresas”, revelou que 51% das companhias na América Latina que adotaram soluções de IA observaram um incremento nos lucros, sendo que 7% dessas empresas relataram um aumento significativo.

Além disso, um estudo de 2021 da consultoria Bain & Company evidenciou que a Inteligência Artificial (IA) está gerando novas oportunidades para negócios de diferentes portes, com cerca de 85% das empresas estão planejando a adoção dessa tecnologia em um futuro próximo. A pesquisa, que abrangeu mais de 600 empresas de diversos países, sugere que trabalhadores que utilizam softwares e ferramentas de IA podem aumentar sua produtividade em até 50%.

Por último, uma pesquisa encomendada pela Microsoft à Edelman Comunicação, realizada em novembro de 2023, indica que os proprietários de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) estão cada vez mais atentos às inovações da inteligência artificial. O levantamento revela que 74% dos respondentes utilizam IA com frequência e 90% manifestaram a intenção de implementar essa tecnologia em seus empreendimentos, destacando a relevância dessa inteligência nas transformações digitais que as MPMEs estão enfrentando.

Em suma, estou convencido de que a Inteligência Artificial, enquanto uma ferramenta inovadora e auxiliar, não apenas enriquece o nosso conhecimento nas diversas áreas da atuação humana, mas também melhora nossas interações com diferentes públicos, tornando-as mais eficazes. Contudo, é essencial que seu uso seja norteado por princípios éticos, assegurando que todos possam utilizá-la e aproveitá-la de maneira justa e digna.

“Liberar o verdadeiro poder da IA vai muito além das máquinas que escrevem discursos de aniversário ou currículos. É uma revolução que reforma nossa conexão com o mundo físico.” (Dr. Stefan Karting, Pres. do Cons. de Adm. da Robert Bosch GmbH)

Walmor Tadeu Schweitzer

Professor Universistário

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