Tempo, o Fio de Ouro da Vida

Tempo, o Fio de Ouro da Vida

Aos  71 anos, carrego nas mãos a experiência de tudo o que vivi — a dureza dos desafios e a leveza dos momentos de alegria. Também levo comigo a suavidade dos aprendizados, as vitórias conquistadas e as lembranças que aquecem a mente e o coração.

 

Olhando para trás, percebo que a vida não é uma estrada reta, mas um caminho cheio de curvas, encruzilhadas e paisagens inesperadas. Cada obstáculo que enfrentei ajudou a moldar quem sou; cada decisão que tomei deixou sua marca na minha história.

O tempo é o fio invisível que tece a minha história e a da humanidade. É um dos bens mais preciosos concedidos pelo Criador — algo que não se compra, não se guarda e não se recupera. Assemelha-se a um rio que jamais retorna à mesma água: está sempre em movimento, sempre me convidando a seguir adiante.

 

No silêncio entre um minuto e outro, percebo que viver não é apenas atravessar os dias, mas preenchê-los com a realização de propósitos nobres e edificantes.

No compasso das horas, aprendo que “o agora” é o único território que realmente me pertence. É nele que planto o amanhã e reverencio o passado. É nele também que, com simplicidade e valentia, busco evoluir, consciente de que cada fragmento de tempo é uma chance única — e que a maior riqueza está justamente em utilizá-lo com inteligência, a favor do meu próprio aprimoramento.

Ao compartilhar com você, estimado leitor, trechos do Livro de Ouro que estou escrevendo, meu desejo é inspirá-lo a refletir sobre sua relação com o tempo, sobre as lições que cada atraso pode ensinar, sobre a forma como está utilizando seus dias no presente e, por fim, sobre o legado e o propósito que deseja deixar para a vida.

                                                                       Minha relação com o tempo


Durante muito tempo, achei que o tempo era apenas um pano de fundo silencioso, correndo lá fora enquanto eu me ocupava com afazeres e sonhos. Mas descobri que ele é muito mais que isso. Como disse Nietzsche, o tempo é o fio condutor da vida, unindo passado, presente e futuro num tecido contínuo que não pode ser interrompido.

 

Houve fases em que eu vivia apressado, tentando “ganhar tempo” como quem acumula moedas para usar depois. Porém, percebi que, na ânsia de economizá-lo, eu o estava desperdiçando. Aristóteles tinha razão: o tempo não é apenas contagem de horas, mas fluxo vivo de transformação. Um segundo perdido não volta — e há segundos que eu pagaria caro para reviver 

                                            A lição que aprendi com um atraso

Recordo-me de um episódio simples, mas que me marcou. Precisava escrever uma carta importante, que poderia resolver um delicado assunto familiar. Eu sabia que levaria apenas dez minutos, mas adiei. Fui tomar café, conversar e me distraí. Quando finalmente sentei para escrever, duas horas tinham passado. Resultado: a carta foi enviada tarde demais, e a chance de evitar dores e conflitos já havia se perdido.

 

Foi aí que compreendi, como ensinou Carlos Bernardo González Pecotche, que o tempo é mais do que uma simples medida de passagem ou o transcurso dos ponteiros do relógio; o tempo é uma Lei Universal que permeia tudo o que existe, e que o tempo desperdiçado se transforma em lamentos. 

                                                                  O que faço com o meu tempo hoje

Hoje, olho o tempo como um mestre exigente e generoso. Ele não para, não espera, não perdoa — mas recompensa quem o respeita. Vivo com a consciência de que cada instante é uma semente: ou a planto agora, ou amanhã terei apenas terreno vazio.

O tempo é também um espelho: reflete o que fazemos com ele. Por isso, tento viver de forma que, quando me olhar no reflexo do amanhã, eu veja um rosto sem lamentos.

 

                                               O meu legado e propósito de vida

Nesta fase da vida, sinto-me mais conectado à natureza e às gerações que virão depois de mim. Quero deixar um legado que inspire. Quero viver com propósitos elevados, intensidade e amor. Cada momento é uma oportunidade para aprender, crescer e contribuir para o bem de todos.

 

Com compaixão, entendimento e empatia, penso, que a partir de mim mesmo,  posso construir um mundo mais harmonioso,  no qual a humanidade floresça  e evolua progressivamente.

Conclusão

O tempo é vida. E vida é escolha. Aprendi que não há como pausá-lo ou guardá-lo para depois. Olhando para o passado, evito repetir os mesmos erros; no entanto, é necessário entender que só existe o agora — e é nele que decido como será meu futuro. Por isso, sigo com determinação para aproveitar cada instante do tempo, como quem valoriza a joia mais rara que possui. Afinal, o tempo, uma vez perdido, nunca mais volta… Mas, quando bem vivido e alicerçado em valores de elevada hierarquia, deixa marcas que se eternizam.

walmor1953@gmail.com

4 Comentários
  • Rui Rechia
    Postado em 18:11h, 11 agosto Responder

    Caro amigo, quem passa por aqui e não deixa pegadas ou uma trilha que te identifica, somente passou como uma leve brisa.

    • Pio - Walmor
      Postado em 03:01h, 12 agosto Responder

      Bem verdade a sua manifestação meu amigo Rui.

  • Ana Paula
    Postado em 21:52h, 17 agosto Responder

    Lindo e profundo o artigo, com valiosas reflexões de experiências vividas com consciência. Grata pai por deixar registrado estes valiosos ensinamentos, que tenho a oportunidade de receber direto da fonte ❤️

    • Pio - Walmor
      Postado em 19:34h, 30 agosto Responder

      Grato filhinha pela palavras de estimulos.

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